terça-feira, 31 de março de 2015

Caixa postal



 Caixa postal, mas que inferno! Você não aprende a ligar esse celular depois que sai da aula, não é mesmo? Tá bem, mas agora escuta, meu pai disse que não vai dar para a gente sair sábado porque tenho que ir a um evento com ele, é nessas horas que eu gostaria que ele e minha mãe ainda estivessem juntos, mas só nessas horas mesmo. Enfim, que tal domingo? Ok. Domingo. Vou chegar na sua casa as 10 e vamos pensar em alguma coisa para fazer, talvez devêssemos pegar um metrô para Copacabana e ir à praia, mas tá, amanhã a gente resolve. Beijos amor, boa noite.

 Não é possível! Desde a faculdade e você ainda não liga o celular depois que sai do trabalho. Mas deixa pra lá e presta atenção, quando estiver chegando em casa passa na padaria e compra coca-cola, fiz aquela comida que você gosta. Não! Espera, traz umas laranjas que vou fazer um suco para nossa filha. Beijos...

 Eu tô te ligando mas não é nada demais não, só queria saber se você está bem, sabe que eu não gosto que vá trabalhar com a saúde assim. Se sentir qualquer coisa me liga, aliás, me liga de qualquer maneira porque quero ouvir sua voz. Mas liga logo assim que ouvir esse recado, não fica enrolando não, te amo.

 Nem sei porque ainda ligo para esse seu número, sei lá sabe, acho que deixar essas mensagens me mantém ainda perto de você, afinal elas eram o único jeito de conseguir falar com você antigamente quando não estava por perto. A única diferença é que você não pode mais ouvi-las, mas se quer saber o sentimento é o mesmo: nem mais, nem menos, nem mais forte, nem mais fraco. O que é seu está guardado, a 10 chaves no meu coração, um número redondo né? Assim é mais especial.

- Rafaella Deloque

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