terça-feira, 1 de julho de 2014

Elevador



 Oito e trinta oito de uma manha de sexta, eu estava indo ao médico, fazer exames de rotina, sabe? Como de costume, esperei aproximadamente dois minutos na fila do elevador. Entrei no elevador as oito e quarenta. Cinco pessoas. Eu, meu pai, um motoqueiro, provavelmente a serviços de entrega, um homem comum, no qual eu nem prestei muita atenção, para falar a verdade, e um homem de camisa social, jovem e careca, careca provavelmente por opção.

 Eu tenho quinze anos, estou no auge da comunicação e da vontade de expressão, e eu realmente queria fazer jus a isso, com um bom dia, uma pergunta sobre o bem estar das pessoas presentes no elevador, eu realmente queria. Queria. Porém o que acontece é que: A sociedade intimida.

 A quietude e a inexpressividade das pessoas ao redor de nós, destrói. Destrói a convivência, destrói a comunicação, destrói o conhecimento alheio e destrói o "bom dia" também. Mas, e se elas pensarem isso sobre nós? E se o nosso silêncio as destruir, e se for a nossa quietude e a nossa inexpressividade que os fazem ser tão sem emoções?

 É que na realidade nós nos intimidamos com nós mesmos, nos deixamos levar pela comodidade, pelo fácil. Mas, e se?

 Quem sabe um dia não possa ser, no mínimo 30% mais satisfatório se dissermos pelo menos cinco bons dias a desconhecidos? E talvez até, nosso dia seja 30% melhor se recebermos pelo menos cinco bons dias de desconhecidos. Pois é, quem sabe.

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